Resenha Crítica – The Umbrella Academy – Série da Netflix
The Umbrella Academy é uma série da Netflix. A produção adapta os quadrinhos de mesmo nome lançados pela Dark Horse Comics. Seu criador é o vocalista da banda My Chemical Romance, Gerard Way e sua ilustração foi feita pelo brasileiro Gabriel Bá. Em 2019 a história em quadrinho ganhou vida pelos olhos do roteirista e produtor executivo americano, Steven Blackman. Em 08 de agosto deste ano, estreou a 4ª e última temporada.
A História começa no dia 01 de outubro de 1989
quando 42 mulheres por todo o mundo, sem mostrar qualquer sinal de gravidez,
dão à luz de forma repentina e inexplicável. Das 42 crianças nascidas naquele
dia, 7 foram adotadas pelo excêntrico bilionário Sir Reginald Hargreeves.
Passados 30 anos, os irmãos, depois de muito
tempo sem se ver, enfim se reencontram em razão da morte de seu pai adotivo.
Neste momento, ressentimentos, mágoas e sentimentos do passado vem à tona. É também
nessa ocasião que, Cinco, o irmão perdido reaparece e com uma notícia nada boa:
o apocalipse está próximo. E assim tudo começa. Esta é a trama por 4
temporadas.
Esta resenha foca, principalmente na última temporada desta série e avalia os pontos positivos e negativos do roteiro, bem como a expectativa do público acerca do encerramento dessa produção. Pretendo focar também no recebimento do público diante do que foi entregue (ou ainda, do que deixou de ser entregue) nesse final e já adianto que algumas decisões tomadas pelos roteiristas não foram bem quistas pelo fandom.
Passado
mais ou menos 5 anos desde os últimos acontecimentos da terceira temporada, a quarta
temporada se inicia nos reapresentando os protagonistas e suas atuais vidas
após Reginald Hargreeves ter reiniciado a linha do tempo. Agora sem poderes,
suas vidas parecem tediosamente normais.
Neste momento, cada um encontrasse seguindo em frente e vivendo sua própria história separadamente. Ao longo desses anos, poucos mantiveram o contato um com o outro. Um evento em família e um sequestro é o que os forçam a se reunir novamente. A partir daí, vemos uma já previsível luta contra o tempo para, mais uma vez, impedir o apocalipse.
O enredo batido é resultado de um roteiro pobre e pouco surpreendente nessa última temporada, que contrasta e muito com o que estava sendo apresentado nos trabalhos anteriores, especialmente, no que diz respeito a primeira temporada. Nesta nos foram apresentados personagens autênticos, carismáticos, magnéticos e, em alguns momentos, até mesmo: excêntricos. Tudo isso movido por um bom jogo de câmera imersivo, com edições fascinantes e trilhas sonoras que se casavam perfeitamente com tais linguagens cinematográficas. Em contrapartida, a quarta temporada entrega um primeiro episódio com protagonistas que destoam das suas versões passadas e o desenrolar da história, ao longo dos episódios seguintes, os afastam ainda mais da sua essência.
Imagens da terceira temporada
Alguns personagens foram deixados de lado, casais improváveis se formaram, conflitos familiares surgiram e sequer tiveram a chance de serem resolvidos pois o final trágico da série inviabilizou uma possível reconciliação futura. Este último fato frustrou a mim e ao público. Afinal, a união da família era um dos principais temas trabalhados na série e o aprimoramento dessas relações até esse ponto da trama era demasiado satisfatório para os fãs.
Apesar das críticas, não dá para negar que o final foi de fato emocionante. Trágico! Mas, mesmo assim, muito emocionante e até poético. Todavia, corrido e confuso. Especialmente no que se refere aos novos personagens. Seis episódios não foram o suficiente para conhecer melhor e entender as motivações ou o passado de cada um deles. Nesse aspecto, é o que me faz sentir saudade das séries antigas. Os roteiristas costumavam ser mais pacientes e meticulosos na hora de apresentar e desenvolver seus personagens e, era o que de fato me fazia gostar de The Umbrella Academy. Uma das poucas séries atuais que se destacava por sua originalidade e maneira única de avançar na história. Sinto que a quarta temporada não entregou isso. Só parecia que queriam terminar logo.
Como dito antes, esta série, inicialmente se destacava das demais séries atuais, que costumam trazer mais do mesmo. É comum nos depararmos com personagens e histórias rasas na indústria cinematográfica de hoje. Como um reflexo da nossa sociedade, algumas produções costumam ser tão imediatista e pouco profunda quanto o mercado atual exige ser. Por um momento, pensei que The Umbrella Academy se propunha ser o oposto disso e que traria em sua trama (do começo ao fim) menos memes e dancinhas/musiquinhas virais e mais conflitos e momentos realmente interessantes. Talvez nas temporadas anteriores, mas nessa última, eu não vi isso. Vi histórias mal contadas e muita pressa de acabar.
Portanto,
por mais que me doa dizer, por mais que realmente tenha visto um grande
potencial para essa série e por mais que eu ainda realmente acredite que ela
merecia mais reconhecimento do que já tem, ainda assim, a quarta temporada
deixou a desejar. Personagens que destoam do que um dia já foram, romances
desnecessários e mal desenvolvidos, novos personagens mal introduzidos,
conflitos sem desfechos, personagens relevantes deixados de lado...Não vou
dizer que a série toda é um fiasco, porque não foi e acho que é isso que torna
a quarta temporada tão frustrante. Se você é fã da série e sente que necessita
de uma conclusão, assista, porém, devo alertá-lo: tenha em mente que talvez não
seja o final que você espera.

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